quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Índio – uma identidade

Após algumas discussões, pesquisas e análises, percebemos que a abordagem do tema – o índio integrado – estava sendo feita de forma superficial, com uma visão romântica, ingênua e simplista.
Na verdade, não existe o índio. O índio faz parte do imaginário de nossa sociedade. O que existem são os bororo, os guarani, os terena e etc.
Essa identidade forjada – o índio – é acessada sempre que esses povos querem reivindicar os seus direitos na “terra homem branco”. Essa atitude é típica dos grupos minoritários, quando querem conquistar mais espaço na sociedade (nós índios, nós mulheres, nós negros...).
O artesanato indígena comercial ajuda a reforçar essa identidade forjada, principalmente os objetos tipicamente ritualísticos ou clichês, pois eles mantêm aqueles velhos estereótipos do índio: o do cacique com o seu cocar e trajes típicos, com sua maraca e seus enfeites; ou o do índio guerreiro, com suas pinturas e seu arco e flecha.
Essa fantasia nos atrai, pois ela difere de nossa cultura, ainda mais na pós-modernidade, onde o diferente é exaltado e valorizado.Quando vemos um índio vestido com as roupas do “civilizado”, totalmente descaracterizado, o encanto do cacique e do índio guerreiro se acaba e tendemos a ver de forma negativa a integração do índio em nossa sociedade.

Friday, September 15, 2006

Sincretismo

Comentário:

Essas imagens mostram claramente o sincretismo religioso dentro da comunidade indígena. Aqui, simbolos cristãos e pagãos coexistem na crença do índio guarani. Muitas vezes, Jesus ocupa o lugar de Tupã nos rituais e orações, provavelmente devido às semelhanças existentes entre Cristo e essa divindade pagã.

Pode-se concluir, portanto, que por trás da máscara cristã, os índios ainda mantêm muitas crenças de seus ancestrais.

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O chocalho geralmente é utilizado para cura e purificação. Hoje em dia, artefatos ritualísticos também são vendidos como artesanato.

Fontes:

- Schaden, Egon. Aspectos fundamentais da cultura Guarani. - ( fotos e informações)

- Os Guarani: índios do Sul – religião, resistência e adaptação:

Wednesday, September 13, 2006

Aculturação indígena

Comentário:
O contato com os jesuítas possibilitou a catequização dos índios? Para responder essa pergunta devemos primeiramente pensar que a partir do contato com o novo, ou reafirmamos a nossa crença ou nos abrimos para a possibilidade de uma nova resposta.
Se ocorre a segunda opção, pode acontecer o sincretismo, ou seja, a junção de duas ou mais religiões.
Nos textos abaixo, podemos dizer que os índios possivelmente fizeram um sincretismo, pois a religião deles tem vestigios do cristianismo, pois eles fazem várias referencias que podem ser consideradas à Jesus Cristo.
Sendo assim não podemos falar que a religião ou a cultura indígena está sendo perdida, pois na verdade ela está se transformando, pois a "evolução" das culturas depende do contato entre elas. Os índios não possuem a obrigação de seguirem a cultura ou religião dos ancestrais apenas pelo fato deles terem nascidos índios, eles tem o direito de conhecerem e até mudarem de opinião.
Talvez um dos maiores equívocos cometidos seria o fato de acharmos que eles devem resgatar a sua cultura ou religião, mas será que eles querem este resgate? Será que eles querem continuar “sendo índios”? Não podemos esquecer que estamos falando dos índios integrados, ou seja, os índios que estão mais em contato com a nossa sociedade.

Textos:
(Textos extraídos do livro Aculturação indígena)

“Uma história mítica ouvida por Baldus entre os Mbüá de Guarita: Jesus Cristo, desafiado pela onça, “para ver quem podia assustar o outro”, acaba vencendo por meio de seu relâmpagos e trovões. Baldus cita a versão de Müler, em que o lugar de Jesus Cristo é ocupado por Tupã, o Ser Supremo na religião dos Mbüá paraguaios estudados por este autor”.

“O Pe. Muller ouviu entre os Mbüá do Paraguai em canto de dança profano – em sua opinião, possível fragmento de um auto dos índios da reduções, com o seguinte teor: “Kétsu Kirito, Kétsu Kirito eipea ne okenda t’ahecha Tupãtsy”, isto é, Jesus Cristo, Jesus Cristo, abre a tua porta, desejo ver a mãe de Tupã”. Informa esse missionário que os índios, interrogados sobre quem seja Jesus Cristo, nada sabem dizer”.

Frase:
“Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”
(Lavoisier)

Tuesday, September 12, 2006

Religião Guarani – Uma introdução

Resumo

Não existem registros escritos dos mitos e lendas antigos associados com o povo Guarani. A língua Guarani não era escrita até tempos modernos, e, como tal, suas crenças religiosas são transmitidas apenas oralmente. Assim, o relato dos vários deuses e lendas e mitos relacionados podem variar de um local para outro, e as diferenças regionais podem ser extremas ao ponto de redefinir completamente o papel que uma deidade tem na religião Guarani.

Apesar de um grande número de povos Guaranis terem sido assimilados à sociedade moderna e suas crenças alteradas ou substituídas pelo cristianismo (devido, na maior parte, ao trabalho dos missionários Jesuitas no século 16), muitas das crenças centrais ainda estão ativas em áreas rurais da região Guarani. Como resultado, os mitos e lendas continuam evoluindo até hoje.

Mito Guarani da Criação

A figura primária na maioria das lendas Guaranis da criação é Tupã, o deus supremo de toda a criação. Com a ajuda da deusa lua Arasy, Tupã desceu à Terra num lugar descrito como um monte na região do Aregúa, Paraguai, e deste local criou tudo sobre a face da Terra, incluindo o oceano, florestas e animais. Também as estrelas foram colocadas no céu nesse momento.

Tupã então criou a humanidade (de acordo com a maioria dos mitos Guaranis, eles foram, naturalmente, a primeira raça criada, com todas as outras civilizações nascidas deles) em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu.

Primeiros Humanos

Os humanos originais criados por Tupã eram Rupave e Sypave, nomes que significam "Pai dos povos" e "Mãe dos povos", respectivamente. O par teve três filhos e um grande número de filhas. O primeiro dos filhos foi Tumé Arandú, considerado o mais sábio dos homens e o grande profeta do povo Guarani. O segundo filho foi Marangatú, um líder generoso e benevolente do seu povo, e pai de Kerana, a mãe dos sete montros legendários do mito Guarani (veja abaixo). Seu terceiro filho foi Japeusá, que foi, desde o nascimento, considerado um mentiroso, ladrão e trapaceiro, sempre fazendo tudo ao contrário para confundir as pessoas e tirar vantagem delas. Ele eventualmente cometeu suicídio, afogando-se, mas foi ressucitado como um caranguejo, e desde então todos os caranguejos foram amaldiçoados para andar para trás como Japeusá.

Entre as filhas de Rupave e Sypave estava Porâsý, notável por sacrificar sua própria vida para livrar o mundo de um dos sete monstros legendários, diminuindo seu poder (e portanto o poder do mal como um todo).

Crê-se que vários dos primeiros humanos ascenderam em suas mortes e se tornaram deidades menores.

Os Sete Monstros Legendários

Kerana, a bela filha de Marangatú, foi capturada pela personificação ou espírito mau chamado Tau. Juntos eles tiveram sete filhos, que foram amaldiçoados pela grande deusa Arasy, e todos exceto um nasceram como monstros horríveis. Os sete são considerados figuras primárias na mitologia Guarani, e enquanto vários dos deuses menores ou até os humanos originais são esquecidos na tradição verbal de algumas áreas, estes sete são geralmente mantidos nas lendas. Alguns são acreditados até tempos modernos em áreas rurais. Os sete filhos de Tau e Kerana são, em ordem de nascimento:

* Teju Jagua, deus ou espírito das cavernas e frutas

* Mboi Tu'i, deus dos cursos de água e criaturas aquáticas

* Moñai, deus dos campos abertos. Ele foi derrotado pelo sacrifício de Porâsý

* Jasy Jaterei, deus da sesta, único dos sete a não aparecer como monstro

* Kurupi, deus da sexualidade e fertilidade

* Ao Ao, deus dos montes e montanhas

* Luison, deus da morte e tudo relacionado a ela

Outros Deuses ou Figuras Importantes

* Angatupry, espírito ou personificação do bem, oposto a Tau

* Pytajovái, deus da guerra

* Pombero, um espírito popular de travessura

* Abaangui, um deus creditado com a criação da lua; pode figurar somente como uma adptação de tribos Guaranis remotas

* Jurupari, um deus de adoração limitada aos homens, em geral apenas para tribos isoladas no Brasil.

Comentários

As tribos Guaranis estão na lista de tribos integradas, quase que totalmente descaracterizadas pela influência da cultura dominante. É importante conhecer sua cultura para saber o que restou dela nas tribos mais próximas aos grandes centros urbanos.

Os guaranis eram politeístas, mas havia um deus central, no caso Tupã. O sistema, portanto, era patriarcal. Assim como em outros povos pagãos, seus deuses eram personificações da natureza.

Será que restam resquícios dessas divindades e crenças na atualidade, em especial no artesanato indígena?

Sunday, September 10, 2006

Alguns trechos do texto Populações Indígenas

Pode-se dizer que a história das políticas e da legislação indigenista é expressão do entendimento progressivo que o branco, com sua cultura de origem européia, foi adquirindo sobre o índio nas experiências de confronto, escravização e convivência pacífica, estabelecidas a partir da conquista...

...A implantação da língua portuguesa e dos hábitos e tradições da cultura européia são parágrafos que integram o Diretório como diretrizes de um projeto colonial que pretendia consolidar avanços territoriais através do povoamento com índios e da imposição da cultura do conquistador...

...O argumento desta proibição repousou no sentido infamante dado à época ao nome associado à instituição da escravidão. Este fato vem demonstrar que o preconceito e as discriminações diversas existentes nas relações étnicas e raciais ainda hoje no Brasil foram historicamente engendradas nas relações de poder e trabalho...

...Um dos motivos que levaram ao fracasso esta política de tratamento do índio foi pretender mudar valores e hábitos de uma sociedade de modo súbito, mediante a decretação de uma série de resoluções tomadas à distancia de um todo um oceano e, evidentemente, sem atenção à mentalidade reinante na colônia de que o trabalho braçal tinha sentido pejorativo associado à escravidão...

...Segundo Manuela Carneiro da Cunha “a tutela surgiu como uma solução para se garantir a mão-de-obra indígena em um momento de transição entre a escravidão e o trabalho assalariado”(1987:110)...

...Estas duas concepções de tutela - uma individual aplicada às relações contratuais e outra coletiva voltada às terras – chega ao início do século XX influindo na discussão do Código Civil, quando é instituída a incapacidade relativa dos índios para certos atos, ficando estabelecida sua sujeição ao regime tutelar condicionado a uma adaptação futura à civilização do país...

...Como o próprio nome da instituição indica, este serviço tinha como objetivo central atender ao índio em regime tutelar, preparando-o para uma integração à comunidade nacional. Em sintonia com essa perspectiva de assimilação, o serviço foi estruturado espacialmente em núcleos de atração, povoações indígenas e centros agrícolas, conforme a graduação das situações por que passam os índios desde o estabelecimento dos primeiros contatos até o ponto em que convivem intermitentemente e depois de forma permanente com a nossa sociedade.

Embora o propósito fosse, como nas legislações anteriores, a transformação do índio em um “não índio”, será a primeira vez em que as organizações indígenas começam a ser respeitadas, assim como as suas terras e o direito de cultuarem valores, tradições e hábitos próprios...

...Está-se processando uma autocrítica às experiências do gênero realizadas no passado por

missionários e pelo estado e, ao mesmo tempo, estarão sendo projetados e implantados os novos procedimentos que se constituirão nas bases para uma integração que se deseja sem traumas culturais, de que são exemplos as primeiras demarcações de terras de índios neste século XX, a introdução do ensino bilingüe nas aldeias e o atendimento médico-sanitário volante.

Segundo o antropólogo Darcy Ribeiro (1977), a situação terminal em que se encontravam vários grupos indígenas, os surtos epidêmicos que dizimavam grupos inteiros e as violências contra eles praticadas para a tomada de seus territórios foram determinantes na configuração da idéia de proteção que orientou as ações do SPI nos primeiros anos deste século XX.

Para o antropólogo, a sobrevivência dos índios naquela circunstância e a formulação de leis

cada vez mais protecionistas, ainda que de cunho assimilacionista, foram frutos de esforços

realizados pelas primeiras equipes formadas no SPI sob a direção positivista do Marechal Cândido Mariano Rondon.

A Fundação Nacional do Índio(Funai) é criada em 1967 (Lei n.º 5.371, de 5 de dezembro de 1967) em substituição ao SPI.

O novo órgão herda a tradição de procedimentos do SPI no tocante ao tratamento da questão indígena, centrada na perspectiva de integração gradual e a longo prazo dos índios, apresentando-se como uma continuidade sem inovação. Na verdade o projeto político de integração dos índios aprimora-se. A lei n.º6.001, de 19 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o Estatuto do Índio, estabelece que o trabalho a ser exercido pelo novo órgão será destinado apenas aos índios que ainda não estivessem integrados à comunhão nacional. Desse modo, os benefícios da assistência em saúde, educação, garantia das terras estariam condicionados ao fato de os mesmos não terem concluído o processo de integração.

É nesse horizonte de uma transformação em andamento que será estabelecida uma postura de respeito à diversidade étnica e cultural dos índios norteada pela expectativa de uma assimilação ao final do processo. Assim, na mesma lei que estabelece esses princípios e diretrizes, o índio é definido, classificado e será administrativamente tratado em referência ao tempo de contato com a sociedade nacional...

... Em 1968, quando escrevia “Os índios e a civilização”, Darcy Ribeiro pronunciou-se a respeito da integração, deixando-nos uma avaliação paradigmática sobre o destino das populações indígenas no Brasil contemporâneo. Ele nos fala a partir de uma experiência de 10 anos como etnólogo do SPI, quando assistiu e viu naufragar o sonho positivista da integração plena e harmoniosa dos índios, em cada circunstância local ou regional em que ocorria disputa de terras. Enquanto nas cidades formava-se uma visão romanceada do índio, posicionando-se favoravelmente à sua preservação, no campo, onde precisamente havia interação de índios com segmentos de nossa sociedade, acirravam-se os antagonismos, o preconceito e as manifestações discriminatórias de tratamento a eles nas relações de trabalho e no comércio. Ele diria que o processo de integração, se ocorre, depende de uma mudança nas condições sociais e econômicas da população brasileira e, principalmente daquela que vive próxima ao índio, onde seria preciso uma democratização do acesso à terra e à cidadania para que enfim o índio quisesse ou pudesse optar por ser um “não índio” entre os demais brasileiros. Ele profetiza e deixa expressa essa perspectiva de sobrevivência dos índios, condicionada a uma mudança no âmbito da sociedade brasileira, porque constatava que a assimilação não acontecia: os índios permanecem índios, seja pelo poder isolador do preconceito por parte daqueles com quem interagem em conflitos de ordem fundiária, seja pela força com que convicções étnicas e culturais são preservadas, a despeito da adversidade do ambiente social ou mesmo de uma assistência de cunho integracionista( Ribeiro, 1987)...

...Somando-se a essa população indígena total, levantamentos de funcionários da Funai indicam a probabilidade de que existam aproximadamente 46 grupos indígenas que ainda não estabeleceram relações regulares de contato com a nossa civilização, dos quais 16 já foram confirmados vivendo ocultos em regiões inexploradas e de difícil acesso.

Há também os grupos que já não dispõem desses referenciais étnicos primordiais e se esforçam em resgatá-los para fundamentar a reivindicação de direitos perdidos ao longo de uma trajetória em que sofreram esbulhos de terras, discriminações e mesmo violência física exatamente por serem ainda identificados regionalmente como índios genéricos, mestiços ou descendentes indígenas...

...Vivem em condições de mendicância e praticamente despercebidos em meio às populações pobres e miseráveis das regiões mais antigas da colonização, onde os processos sociais e as políticas de aculturação aparentemente os haviam dado por extintos...

...São definidas as competências do poder legislativo para controlar e autorizar o acesso aos recursos naturais em terras indígenas, assim como do poder judiciário para processar e julgar atos que afetem os interesses e direitos dos índios...

... O órgão federal de proteção será responsável pela gestão do patrimônio indígena. Suas atribuições serão redefinidas levando-se em consideração a participação crescente dos índios na administração do patrimônio e na defesa de seus direitos e interesses. A regulamentação do poder de polícia a ser exercido pelo órgão indigenista federal deverá viabilizar a proteção e a fiscalização dos direitos individuais e coletivos. Será considerada infração administrativa, passível de punição, toda ação que implique dano a pessoas, às comunidades, ao patrimônio cultural, aos bens representados em terras e recursos naturais, havendo recomendações específicas contra atos que configurem preconceito e discriminação.

Por fim para assinalar o propósito realmente inovador desta legislação em processo de aprovação, constam entre os crimes cometidos contra índios: o extermínio total ou parcial, a ofensa à integridade corporal ou à saúde, a remoção forçada de suas terras, a assimilação forçada de usos, costumes e tradições de outra sociedade distinta, a utilização de sua imagem para fins promocionais ou lucrativos, o uso indevido de seus recursos genéticos ou biológicos, o uso igualmente indevido dos seus conhecimentos tradicionais, a disseminação de bebidas alcoólicas, o desrespeito cultural e o ingresso não autorizado em terras indígenas. Ou seja, quando esta legislação estiver em vigor, reconsideraremos nossa dívida histórica para com os índios.

Comentário:

A Funai, descendente direta da SPI, surgiu como alternativa para a não extinção dos índios, oferecendo-lhes proteção e condições de subsistência. Ao mesmo tempo, ela objetiva integrar as populações indígenas à cultura nacional, substituindo “aos poucos” a sua cultura pela cultura do branco, o que marca definitivamente a extinção da cultura indígena, já que pretendem transformar o índio em um não-índio, para que ele possa servir a sociedade do branco e se tornar útil à nação.

A funai é o símbolo do falso respeito à diversidade, já que se prevê a homogeneização no caldeirão da cultura dominadora. A transformação do índio em um não-índio não basta para que ele se integre à dita civilização. O preconceito e a intolerância usam a máscara da preservação, já que é inadmissível a existência de sociedades e culturas paralelas em “nosso” território. Os índios não têm o direito de serem o que são, de manterem suas crenças, seus costumes, seu estilo de vida, enfim, sua própria cultura, independente do homem branco. Devem ser integrados “para o bem deles”.

Uma demonstração clara da intolerância e da “domesticação” do índio a favor do branco são as missões, que visam converter o máximo de índios ao cristianismo, com a desculpa da salvação de suas almas, resultando no esquecimento da rica raiz pagã de suas crenças.

Isso é conservação e respeito à diversidade?

Impor nossa legislação, nossa política, nossa organização, nosso modo de vida é respeitar a cultura do índio?

O homem civilizado tem o costume de achar que seu estilo de vida é melhor do que o de outras sociedades, tachando-as de inferiores, pouco desenvolvidas, quando estas são simplesmente diferentes.

O texto entra em contradições, cita que o objetivo é preservar a cultura do índio e integrá-lo à sociedade nacional, mas é impossível manter culturas “intactas” após um contato entre elas. O objetivo é a substituição da figura do índio - ser inferior e pouco desenvolvido - pela figura do cidadão - integrado, superior, civilizado.

Bem-vindo ao blog Artesanato Indígena! Aqui discutiremos sobre a cultura do índio, em especial das tribos Guarani, e a influência que a cultura do branco exerce sobre elas.

Como tudo começou?

Para a realização do trabalho da TGI, havíamos pensado em fazer algo relacionado a eventos, mas depois de realizar uma breve pesquisa, perdemos o interesse pelo assunto.

Então mudamos para ecoturismo. Após uma conversa com o Fabrizio, percebemos que o tema ainda estava muito vago e abrangente, que deveríamos especificar mais. Foi aí que surgiram os índios... E como gostamos da cultura indígena, decidimos saber mais sobre esse tema.

Ao pesquisarmos mais, descobrimos sobre os índios integrados. Então surgiu a dúvida (que virou recorte): Como o índio integrado consegue manter a sua cultura através do artesanato comercial?

Qual a relevância desse tema?

É o estudo da diversidade cultural no pós-modernismo, que possibilita aos grupos minoritários a reivindicação do seu espaço na sociedade.



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